terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A IGREJA DE JESUS E A NOSSA FÉ

A CIÊNCIA DA FÉ

“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis...” (Romanos 1:20).

O debate evolução-criação é freqüentemente pintado como sendo “ciência versus fé”. Isto é enganoso, pois presume que a macroevolução seja um fato científico, e presume que a fé não tem base em evidência concreta. É uma afirmação preconceituosa, pois eleva a ciência e rebaixa a fé por modos que evitam a investigação honesta.

Queremos considerar a natureza religiosa da evolução, a natureza da fé bíblica e tentar determinar se a fé é razoável ou não. Argumentamos que o assunto evolução-criação não é sobre ciência versus fé. Antes, qualquer crença sobre o modo como as coisas eram no passado exige fé de alguma forma. Queremos saber como a fé desempenha um papel tanto na evolução como na criação.

A natureza religiosa da evolução
No sentido mais amplo, uma religião é algo que faz surgir devoção, zelo e dedicação de seus adeptos. Ela geralmente envolve um código de ética e filosofia. É uma visão do mundo, uma tendência através da qual se vê toda a vida.
A evolução é, realmente, o principal ocupante da religião secular conhecida como “humanismo”, uma filosofia que não deve ser confundida com “humanitarianismo” (ser bom para as pessoas, etc.). Humanismo é um sistema de crença que é desprovido de Deus, considerando os humanos como objetos puramente naturais.

É um ponto de vista religioso porque ressalta zelosamente o progresso humano e os padrões éticos e morais através de meios naturais. Seu deus é a própria natureza (ou mesmo a humanidade). Compare isto com o que se pode ler em Romanos 1:18-32. Observe como aqueles desta passagem põem Deus fora de suas mentes, e então se voltam para servir (adorar) a criatura antes que o Criador. Isto se torna a base para eles fazerem tudo o que queiram fazer.


A tendência humanista é vista em Humanist Manifestos I e II. Estes documentos apresentam, em essência, o credo humanista. Ela nega explicitamente Deus, argumentando que a crença no sobrenatural é “ou insignificante ou irrelevante para a questão da sobrevivência ou realização da raça humana. Como não-teístas, começamos com humanos e não com Deus, com a natureza e não a divindade. A natureza pode, na verdade, ser mais larga e profunda do que agora conhecemos; quaisquer novas descobertas, contudo, apenas aumentarão nosso conhecimento do natural” (Kurtz 16).

Observe como, começando sem Deus, cada explicação para tudo é naturalista. Não têm espaço para Deus em seu pensamento. Contudo, é a partir desta visão do mundo que eles estabelecem seus próprios padrões éticos e morais pelos quais pensam que todos deveriam viver.
Se não há nada sobrenatural que seja significativo ou relevante, então eles precisam de algum modo para explicar como os humanos e o universo vieram a existir. Entra a teoria da evolução.

Ele fornece um “meio intelectual” pelo qual podem responder a tais questões, rejeitar a crença em Deus e estabelecer seu próprio sistema ético. Se somos meramente o resultado do acaso, processos naturais, então devemos ter capacidade e liberdade para buscar qualquer coisa e tudo que nos faz “felizes”. Isto é tudo o que o humanismo é, e a evolução dá o mecanismo para ser capaz de pensar deste modo.

Os evolucionistas geralmente argumentam que há necessidade de separação entre religião e ciência. Contudo, eles parecem ansiosos por usar sua ciência “como uma base para pronunciamentos sobre religião. A literatura do Darwinismo é cheia de conclusões anti-teístas, tais como que o universo não foi projetado e não tem propósito, e que nós humanos somos o produto de processos naturais cegos que não se preocupam nada conosco.

E mais ainda, estas afirmações não são apresentadas como opiniões pessoais mas como implicações lógicas da ciência evolucionista” (Johnson 8-9). Eis porque há um tal debate sobre o relato da criação em Gênesis. O que Gênesis descreve contradiz claramente a agenda evolucionista.

Humanistas e evolucionistas são religiosos no seu zelo em evangelizar o mundo, “insistindo que mesmo não-cientistas aceitam a verdade de sua teoria como uma questão de obrigação moral” (Johnson 9). Então, ainda que não exista Deus no pensamento evolucionista e humanista, seus devotos seguidores ainda têm uma filosofia religiosa básica que afeta suas vidas tanto quanto as de qualquer um que creia em Deus. Assim, a questão não é realmente se crêem ou não em Deus, mas em qual “deus” eles confiam.

O QUE É A FÉ

Muitos que pensam que há uma contradição entre ciência e fé definem a fé como sendo “crença inquestionável” ou “crença sem evidência”. Isto pinta a fé como sendo cega, às vezes crendo mesmo em algo quando existe evidência para mostrar que esta crença é errada. Tal fé dizem ser “comum em contextos religiosos” (Burr e Goldinger 533). Isto pode descrever a fé de alguns, mas é este o quadro da fé que nos é dado na Bíblia? De modo nenhum; de fato, tal visão da fé escapa da verdade seriamente.

Na Bíblia, a fé pode ser definida como completa confiança, confidência ou segurança.

“Crença” é, talvez, uma das melhores palavras para descrever a fé. Ela vai além de simplesmente crer em alguma coisa. Muitos crêem em coisas, mas não querem pôr sua confiança em suas crenças. Isto não é fé. A verdadeira fé é atingida quando as pessoas sabem no que crêem, porque crêem nisso, e são devotados a agir por suas crenças. Tiago 2:14-26 mostra que tal ação é necessária de modo a exercer a fé que agrada a Deus. Quando a verdadeira fé existe, ela permanece como o embasamento para a esperança, e dá os meios pelos quais podemos ser agradáveis a Deus (Hebreus 11:1,6).

É um conceito enganoso pensar que toda fé seja desprovida de evidência. A fé não exige que se seja uma testemunha ocular de tudo o que é acreditado, mas deverá apoiar sobre evidência adequada. Por exemplo, tenho fé em que minha mãe seja realmente minha mãe física. Eu não verifiquei isto cientificamente, mas a evidência é tal que não seria razoável eu pensar de outro modo.

Há testemunhas oculares e documentos como evidência. Agora, eu confio que isto seja verdade, mas não é fé cega de modo nenhum. Eu também tenho fé em minha esposa. Eu confio que quando ela promete fazer alguma coisa, ela o fará. Eu não testemunhei tudo o que ela sempre tem feito, mas seu registro é tal que eu deverei ter fé nela. Isto não é crença sem evidência, mas tampouco eu posso verificar cientificamente esta fé.

Quando se trata de fé em Deus como Criador, acreditamos que a evidência é tal que garante a resposta de fé, ainda que não possamos cientificamente provar tudo sobre Deus. Na Bíblia, muitos exemplos mostram um apelo à evidência de modo a confirmar uma declaração e promover fé. Leia João 10:37-38 e Mateus 11:2-5. O próprio Jesus apelou para o que poderia ser visto e ouvido. Ninguém estava pedindo a outros que acreditassem sem evidência. A fé bíblica não é ingênua.

Então, o que tudo isto tem a ver com o conflito sobre a evolução? Primeiro, mostra que a representação disto sendo uma contradição entre “fé e ciência” é falsa. Admitimos que a fé é envolvida em crer na criação, mas isto não nega ou contradiz o estudo científico.

Segundo, contudo, é a necessidade de entender que a prática da ciência em si envolve um grau de fé. Aqueles que aceitam a teoria evolucionista o fazem na base da fé. Eles acreditam que têm evidência ao pensar do modo como o fazem, e baseados nisto eles põem sua confiança em suas teorias.

A ciência em si é baseada em certas pressuposições, tais como a realidade da verdade, a capacidade da mente humana de perceber adequadamente o mundo e a idéia de que os números e a linguagem têm significado verdadeiro. Estas coisas não podem ser comprovadas cientificamente, por isso um certo grau de fé precisa ser exercido. Mais ainda, o próprio sistema evolucionista exige crença.

Todo o conceito de que a vida começou sem inteligência e que tudo existe e chegou ao estado presente através de um processo não dirigido é uma crença. Não pode ser cientificamente verificado nem falsificado. A idéia de que a vida começou em alguma substância como uma sopa e então gradualmente evoluiu para se tornar animais terrestres, depois como criaturas voadoras, é uma crença. Precisa-se “confiar” que esta crença seja verdadeira, pois nunca foi cientificamente comprovada.

O assunto, então, não é se a fé está ou não envolvida na batalha sobre criação e evolução; a fé está envolvida. O assunto é a própria evidência, e como esta evidência tem que ser interpretada. Como esta evidência é interpretada depende da fé e da tendência que se tem. A questão real então cai para qual fé, ou qual tendência, é a mais razoável para se ter.

A JUSTIFICÃO PELA FÉ

Tiago 2:24, "Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé."

Ainda podemos ver o que diz em Tiago 2:24, "Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé." É assim que acaba o seu problema, "o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé". Então é pela fé e pelas obras? Sim, a justificação é pela fé e pelas obras. Mas Paulo disse não aos Romanos que a justificação "é pela fé sem as obras"? Vamos verificar isso em Rom. 3:28,

"Concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei". Então Tiago está contra Paulo? E Paulo está contra Tiago? A Bíblia tem contradição?
Por não entenderem a Bíblia, muita gente está pregando o falso evangelho. É que nós não estamos pregando o evangelho de fé mais obras para a salvação. Nós temos o que Paulo disse: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, isto não vem de vós é dom de Deus. Não vem da obras para que ninguém se glorie". É este o evangelho que nós cremos.

Não são as obras, minhas obras, que vão me salvar. Então eu não preciso de fazer obras para me salvar. Eu já estou salvo. Cristo disse: "Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve as minhas palavras, e crê nAquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida" (João 5:24).
Três Promessas:
1. "Tem a vida eterna". Quando? "Tem". No presente, já.
2. "Não entrará em condenação". Quando? O futuro. Nunca vai entrar em condenação quem crer nEle.
3. "Mas passou da morte para a vida". Já está em uma nova vida em Cristo. "Quem está em Cristo é uma nova criatura, passou o que era velho, eis que tudo se fez novo". II Cor. 5:17.
Então, eu posso dizer que eu estou salvo, porque crer em Jesus eu creio. Obras perfeitas eu não tenho, e nem vou ter neste mundo. Obediência perfeita eu não tenho.

Olha, tenho ouvido certos pregadores dizerem de púlpito, já vi um pelo menos dizer o seguinte, dizer ao auditório: "obedece a Deus para poder salvar-se". Eu estranhei nisso. "Obedece para se salvar"? Não é nossa obediência que nos salva. Quanta obediência Deus vai nos pedir? Se fosse obediência para a salvação Deus exige quanta? 50% de obediência? Teria que ser 100% de obediência não séria? 50% de obediência seria a metade desse tal valor.

De fato que não é nossa obediência: "...não vem de vós..." Quando Paulo disse: "...não vem de vós...", quis dizer não vem da vossa obediência, não vem das vossas obras, do vosso batismo, não vem de nada do que façais, "pela graça sois salvo...". Mas é pelo meio da fé, uma fé firme, mas é uma fé verdadeira, porque Tiago fala em duas fés. Fala de fé morta e fé viva.

Voltando em Tiago 2:26; "Porque, assim como o corpo sem espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta ." Então é fé morta. Existe fé morta, sem obras. Já que não produz obras, não é a verdadeira fé. A verdadeira fé é produtor de obras, mas não são as obras da fé que nos salvam. Quem salva é Cristo mediante a fé. Para ter as obras da fé é preciso ter o que primeiro? É preciso ter fé em Jesus, isto é o salvador. Então só que tem fé em Jesus é que vai conseguir ter perseverança, vai conseguir guardar os mandamentos até certo ponto, pelo menos no ensino dos mandamentos, mas nunca vai ter uma obediência perfeita. Ai de nós se Deus exigi-se

Mas Tiago disse: "Vedes que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé." Agora queira que os irmãos me explicassem isso: Tiago diz que "a justificação é pelas obras e pela fé", e Paulo disse que o "homem é justificado pela fé sem as obras". Como é que vocês me explicam isso? Mas Paulo disse que a justificação não é pelas obras da fé.

A justificação é pela fé: "com isso concluímos pois que o homem é justificado pela fé, sem as obras". É sem as obras. Porque Tiago disse "que é pela fé e pelas obras, a justificação."? Então, há saída para isso? Há. Vamos procurar entender a Bíblia, mas a palavra "justificação" em Tiago tem o sentido diferente da palavra "justificação" em Paulo, é isso que precisamos entender.

O que quer dizer Paulo com "justificação"? Paulo esta vendo o crente como que diante de um juiz, diante de um tribunal. Todos pecaram, todos estão em falta, mas são justificados gratuitamente, pela Sua graça e pela Redenção que há em Cristo Jesus. Isso é Rom. 3. Todos estão em pecado, mas são justificados de graça, por causa da Redenção, do preço que Cristo pagou, mediante a fé é claro. Então o que Paulo está dizendo é o seguinte: que o réu que está diante do juiz, que merece condenação, finalmente ele alcança o que? Não a condenação, mas a justificação. Então ele alcança a posição de um justo, e se livra da condenação.

Então a palavra "justificação" em Paulo é o mesmo que "salvação". É salvação da condenação do juiz, salvação da condenação eterna. Então como é que o homem alcança essa petição de justo, de salvo da condenação? É pelas obras? De forma nenhuma. É só pela fé diz Paulo, sem as obras.

Sem as obras da lei. Sem nem das obras da lei de Deus salvam. Muito menos as obras que não são da lei de Deus, as obras das leis humanas. Obras nenhuma salvam. "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós é dom de Deus, não vem de obras para que ninguém se glorie." Ele é justo, ele é salvo da condenação. Então, a palavra ‘justificação’ usada por Paulo é a mesma de salvação.

A salvação da condenação ele disse. O homem justificado é salvo da condenação eterna.
O que significa "justificação" em Tiago então? Em Tiago, a palavra tem um outro sentido meus caros. A palavra "justificação" em Tiago, tem o sentido de a pessoa mostrar que era justa. Ela se revela justa não só pela fé mas também pela suas obras.

"Pelos frutos se conhece as árvores", dizia Jesus, nenhuma árvore má dá bons frutos, nenhuma árvore boa dá má frutos, "pelos seus frutos vos os conhecereis" dizia Jesus. Então o que Tiago esta mostrando, é dois tipos de fé. Não é que a salvação é por fé ou por obras. Não é este o assunto de Tiago. O assunto é: existem dois tipos de fé, a fé verdadeira e a fé falsa, a fé viva e a fé morta.

Agora o homem é justificado como possuindo a fé viva, se ele tiver fé mais obras. Agora, sim, vamos entender Tiago. O homem é justificado pela fé mais obras. Mas Tiago não está falando em salvação. Está falando de justificação em outro sentido.
Nós podemos provar isso na Bíblia também, que a palavra "justificação" tem dois sentidos diferentes. Querem ver? Vamos a Salmos 51: 4. Aqui aparece a palavra Justificado, não no sentido de Tiago e não no sentido de Paulo. Querem ver, mostrando que a Bíblia usa a palavra Justificação, no sentido de Tiago também.

"Contra Ti, contra Ti somente pequei, e fiz o que aos teus olhos parece mal, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares". O que é que ele disse a Deus, nestas palavras "contra Ti, contra Ti somente pequei", para que sejas justificados, para que tu sejas justificado Senhor, quando falares contra o meu pecado, e quando me julgares, digno de condenação e de castigo, que te mostres puro neste julgamentos? "Contra ti pequei". Ele está confessando a Deus, estou confessando que pequei contra Ti, para que tu sejas justificado quando falares contra mim, contra o meu pecado. Que serás justificado naquele dia que vai falar contra mim.

Mas Deus vai ser justificado? Se justificação significa salvação, a caso Deus precisa de salvação? Deus é salvo. Claro que Ele é salvo do mal do pecado. Ele nunca pecou. Então em que sentido o salmista esta dizendo? No sentido de Tiago. Que Tu te revele justo, que Se mostre justo no Seu julgamento. Não é para alcançar justiça. Deus não precisa alcançar a posição de um justo.

Ele não é um pecador. Quem precisa a salvação é o pecador. Deus é O Justo. Por isso que Paulo diz que o pecador alcança a posição de justo mediante a fé e não por obras. E Tiago diz, noutro sentido, que há pessoas que se mostram justas, elas são justificadas, elas se revela como justos, não só pela sua fé, mas pelas suas obras também. "Porque pelos frutos se conhece a árvore".

É isso então. Não há contradição na Bíblia. Eu aceito o que diz Tiago e o que diz Paulo. Cada qual com o seu lugar. O que nós temos que fazer é apreender interpretar o texto à luz do contexto. O assunto de Tiago não é como salvar-se. O assunto de Tiago é qual é a fé verdadeira e qual é a fé morta. Ele está discutindo dois tipos de fé. Esse é o assunto.

A fé verdadeira colocada em Jesus Cristo é uma fé viva. Frutifica em boas obras que agradem a Deus. Boas no sentido relativo, porque obras perfeitas ninguém tem neste mundo. A fé morta, por outro lado, é uma fé não colocada em Jesus, mas fora de Cristo, e que não funciona. É morta. Não produz os frutos daquela fé depositada em Jesus Cristo.

Tiago mostra então que há dois tipos de fé, e o homem se revela justo e se declara um justo, um salvo, tendo fé viva ao ostentar em Jesus. E uma fé desta ordem trazendo frutos vai permitir que o homem ostente também frutos de justiça, frutos da verdadeira fé, frutos que glorifiquem a Deus, e que trazem maior galardão aquele que já esta salvo pela fé.

Como se percebe então, não há contradição entre o ensino da Bíblia na epistola de Tiago e o ensino da Bíblia na epistola de Paulo. É preciso compreender que as vezes uma mesma palavra, como palavra "justificação", podem ter sentidos diferentes. Temos que nos atentar para o contexto, para o assunto que se trata, para saber interpretar cada uma destas palavras. Temos na língua portuguesa palavras que podem mudar de sentido conforme o assunto que as encerra.

Por exemplo, a palavra "pena". Se eu falar, em questões jurídicas, que um certo homem vai sofrer uma pena de 30 anos de cadeia, a que me refiro? Com a palavra "pena" refiro-me à sentença do juiz. E, se eu disser: eu tenho muita pena desse condenado. Ao que estou me referindo? A minha compaixão. A palavra "pena" ora significará sentença ora significará compaixão. Paulo e Tiago disseram verdades que se completam e não se contradizem.

A Palavra "justificação" em Paulo, tem o significado equivalente ao de libertação da condenação diante do juiz supremo que é Deus. Mediante a fé em Jesus Cristo, o homem é "justificado" livre da condenação eterna. A palavra "justificação" em Paulo é equivalente a "salvação" então.

Mas a palavras em Tiago significa, não propriamente salvação, mas a demonstração do caráter da pessoa salva. A pessoa realmente salva demostra-se salva. É justificada como salva, tanto pela sua fé como pelas suas obras. As obras revelam o tipo de fé, se é verdadeira ou não. O homem é justificado pela fé sem as obras, diz Paulo.

Mas ele está usando a palavra justificação no sentido de salvação da condenação perante o juiz que é Deus. Tiago diz que o homem é justificado pela fé e pelas obras. Tiago não esta tratando aqui de salvação pela fé e pelas obras. Está mostrando simplesmente que o homem se demostra justo, ou salvo, tanto pela sua fé ou tanto pelas suas obras, porque as obras decorrem do salvo como conseqüências daquela fé verdadeira em Jesus Cristo.

Pois em Efés. 2:8-10 Paulo já mostrou que a salvação não vem de obras, para que ninguém se glorie. Mas também disse que somos feituras suas, isto é em Cristo Jesus, para as boas obras, as quais Deus nos preparou para que andássemos nelas.
O assunto de Paulo em Rom. 3 é como alcançar salvação. Isto se faz mediante a fé. O assunto em Tiago é como mostrar-se salvo. Então se diz que o homem se mostra, se demonstra salvo, ou é justificado, nesse sentido de revelar-se justo, assim pela fé como pelas obras.

Os dois estão certos. Cada um no tema que esta abordando.
Cuidado em não tirar o versículo do capítulo em que se encerra. Examinar sempre o texto à luz do contexto. É preciso saber do assunto de que se trata para compreender-se a palavra em foco. Assim a palavra justificação, tem dois sentido diferentes. Não há contradição na Bíblia.

Há duas verdades: a narrada por Paulo quanto a justificação, e a narrada por Tiago. As duas verdades se completam, não se chocam.


A fé é razoável?

A fé é uma parte essencial da vida diária. Confiamos em que as coisas operarão normalmente, e passamos o dia com tal confiança. Contudo, raramente pensamos nela nestes termos. Pense nisso. Quando comemos uma refeição, não confiamos naqueles que a prepararam? Se comprarmos alguma coisa no mercado e a comermos, não estaremos confiando que aqueles que a fizeram e a colocaram ali não a envenenaram?

Quando um dos pais ou esposo põe uma refeição na mesa, quem não confia que um deles não pôs nela algo que nos matará? Não confiamos em outros membros da família quando vamos para a cama à noite? Confiamos que nossos amigos, nossos empregadores e outros são o que são. Não fazemos normalmente qualquer investigação científica, mas geralmente cremos e pomos nossa fé em outros diariamente. Ficaríamos loucos se não

Quando entro no meu carro e giro a chave, eu confio em que ele funcionará. Se não, eu posso ficar irritado e começar a dizer que é um veículo “infiel”. Há, ainda, um exercício de fé. Temos sucesso, empenhamo-nos em atividades e vivemos nossas vidas com crenças e com fé. É razoável viver deste modo? Mais uma vez, imagine como seria se não vivêssemos deste modo.

Seria o caos, o desespero e a paranóia. De fato, argumentaríamos que não é razoável não viver deste modo. Quando se trata de fé em Deus, percebemos que não podemos provar cientificamente tudo, mas isto não muda a natureza razoável de nossa fé. A evidência existe, e confiamos nela (veja Salmo 19:1). A fé é razoável quando apresentada com a evidência de um Criador.

Não é razoável argumentar que a fé é oposta à ciência, uma vez que a própria ciência exige um grau de fé. Então, a posição razoável é que a fé é parte da vida; onde pomos a nossa fé depende de como vemos a evidência que nos é apresentada.
Em resumo
A fé e a ciência são compatíveis. Devemos evitar vê-las como opostos, e começar a ver como podem trabalhar juntas. Uma não desaprova a outra, ao contrário elas podem ressaltar e ajudar uma a outra.

A crença na evolução realmente tem uma natureza religiosa em si. Muitos seguidores devotos buscam evangelizar outros a respeito dela, e pronunciam coisas negativas sobre a crença em Deus. A evolução é uma parte do humanismo secular, um sistema que é sem Deus. Não deveria, portanto, ser vista como apenas uma outra maneira válida de ver o mundo.

O macro evolucionismo é intrinsecamente oposto à criação.
A fé envolve confiança. Aqueles que crêem num Criador o fazem pela fé, aqueles que acreditam na evolução também têm uma fé. Assim, não é que a ciência seja toda pela evolução, enquanto a religião é apenas crença supersticiosa. A evolução é uma fé, e assim é a criação. Com isto em mente, pode-se por a criação e a evolução em condição de comparação para ver qual é mais razoável. Nossa asserção é que a criação é a posição razoável.
–por Doy Moyer

A base do discernimento

Fico preocupado com o que ouço cada vez mais em relação às decisões que tomamos sobre o que é certo e o que é errado. Parece que estas escolhas estão cada vez mais baseadas nas nossas opiniões e não na palavra de Deus. Quando alguma prática é questionada por um irmão preocupado a resposta é, “Bem, eu não vejo nada de errado com isso, eu sinto que está certo.” Nenhuma passagem da Escritura é dada para defender a prática e não se apela a nenhum princípio bíblico – “Eu apenas acho que está certo.”

Mas isso não está acontecendo apenas em relação à justificação de práticas questionáveis. Também, quase tão freqüentemente quanto, ocorre no outro sentido. Alguns de nós estamos dispostos a condenar certas práticas simplesmente dizendo: “Eu acho que é comportamento inconveniente e você não deve fazer isso”. Mais uma vez, nenhuma passagem ou princípio bíblico é citado – “Eu apenas acho que é comportamento inadequado”.

Eu reconheço que a Bíblia não nos dá uma lista exaustiva (específico) de toda ação certa e errada. Eu também sei que Deus espera que usemos nossos sentidos espirituais para distinguirmos entre “o bem e o mal” (Hebreus 5:14) e para aprovarmos “as coisas excelentes” (Filipenses 1:9-11). Portanto, eu entendo que nós teremos que fazer “julgamentos” sobre assuntos não-especificados para determinar se são certos, errados ou apenas não-aconselháveis. E ao fazer esses “julgamentos”, podemos nem sempre ver tudo da mesma forma. Mas o que não podemos e não devemos falhar em ver é que Deus espera que usemos sua palavra para tomarmos essas decisões (Hebreus 5:11-14; João 12:48; 1 Pedro 4:11). Ele não deixa para ser tomada por uma opinião baseada em sabedoria mundana.

Então, se você sentir que não há “nada de errado” com certa ação que um outro irmão questiona, tudo bem – enquanto você baseia sua conclusão em algum princípio bíblico válido e está disposto a mostrar por que você acha que a ação está certa – usando o princípio bíblico! E a mesma é verdade no outro sentido! Se você achar que uma ação é inapropriada, mostre o princípio bíblico que te levou àquela conclusão.
A religião de Cristo não é baseada em “eu acho que sim” ou “opiniões”, mas na revelação de Deus. Defenda suas ações com a Bíblia ou pare de praticá-las até puder!
–por Rick Liggin O templo de Ezequiel será construído na terra?

O profeta Ezequiel, 572 anos antes de Cristo, teve visões de um templo fantástico, diferente de qualquer já construído na terra (Ezequiel 40 - 48).
Muitas pessoas acreditam que estes capítulos apresentam a planta para um templo que ainda será construído. Ensinam que este templo existirá durante um reino de 1.000 anos no qual, conforme a doutrina do pré-milenarismo, Jesus reinará aqui na terra.
Mas uma análise cuidadosa do texto nos mostra que Ezequiel não falou de um templo literal que ainda está por vir. Há vários motivos para rejeitar a interpretação literal destes capítulos:

➊ Estes capítulos falam de sacerdotes levitas que servem no santuário (44:15-16; 48:11). Se aceitarmos uma interpretação literal deste sacerdócio para um futuro templo, cairíamos em contradição de vários ensinamentos do Novo Testamento. Os cristãos – judeus e gentios – fazem parte do sacerdócio santo (1 Pedro 2:5). Jesus, que não é levita, é o sumo sacerdote para sempre (Hebreus 7:11-14,21). “Ora, se ele estivesse na terra, nem mesmo sacerdote seria...” (Hebreus 8:4). Aplicar a profecia de Ezequiel a um templo literal futuro nega o sacerdócio dos crentes e, pior, nega o sacerdócio de Jesus!

➋ Estes capítulos falam das celebrações anuais, mensais e semanais da Antiga Aliança (45:18 - 46:8). Paulo claramente ensinou que estes dias especiais pertenciam à sombra das coisas anteriores, e não à luz do evangelho (Colossenses 2:16-17). Uma interpretação literal das visões de Ezequiel inclui uma volta à sombra! Quem fizess isso abandonaria a luz da graça de Cristo (Gálatas 5:4).

➌ Estes capítulos falam claramente de sacrifícios de animais “pelo pecado e pela culpa” (40:38-43; 45:18-25; 46:1-15). A aplicação literal a um templo futuro enfrenta o problema sério de defender sacrifícios de animais pelo pecado milhares de anos depois da morte de Jesus. Se aceitar esta noção de sacrifícios literais, estaria negando a eficácia e a suficiência do único sacrifício de Jesus Cristo (Hebreus 9:11-15,24-28; 10:1-18). Se afirmar que os sacrifícios em Ezequiel são simbólicos, o sistema de interpretação literal começa a desmoronar. Se os sacrifícios são simbólicos, as medidas podem ser simbólicas e o próprio templo pode ser simbólico.

De fato, o que Ezequiel falou sobre os sacerdotes, as festas, os sacrifícios e sobre o próprio templo serve para representar, simbolicamente, a comunhão que os cristãos têm atualmente em Cristo, no reino que já existe (Colossenses 1:13). É errado usar este trecho para ensinar sobre um reino e um templo aqui na terra no futuro.
– por Dennis Allan
Leia mais sobre este assunto:
Esperando o Reino Messiânico

Momentos na vida de Cristo
Pregação Revolucionária

"Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina" (Mateus 7:28). O sermão mais impressionante, mais profundo e mais penetrante de Jesus encontra-se em Mateus do capítulo 5 ao 7. É simplesmente indescritível. Deve ser lido, ponderado e aplicado.
Jesus começa com o homem bem-aventurado. Talvez pensemos tratar-se de alguém rico, confiante, poderoso, respeitado. Jesus diz que ele é pobre de espírito, alguém que chora, é manso, misericordioso, perseguido. Isso não é lembrado em nossos dias hoje; o "cristianismo" está de braços dados com o mundo.

Os pregadores na televisão fazem ecoar "evangelhos de saúde e prosperidade" - fale com Jesus, mande uns trocados e você será saudável, bem-sucedido e receberá bênçãos financeiras em enorme quantidade. O evangelho de hoje parece mais com o desejo do mundo do que com o sermão do galileu. Os pregadores de hoje têm rostos brilhantes, sorrisos irradiantes, ternos caros, catedrais que impressionam e "shows" espetaculares. O sermão de Jesus denunciava de modo contundente o pensamento religioso da época - os tempos não mudaram.

Jesus trata do coração. Ele rejeita o assassinato e o adultério no coração. Repreende aquele que faz religião para se mostrar diante dos homens. Ele rejeita dividirmos o coração entre Deus e as coisas materiais. O homem tenta aplacar a Deus dando alguns trocados, alguns rituais religiosos e evitando alguns pecados exteriores. Mas Deus não se contenta até que entreguemos a nós mesmos.

Jesus encerra com várias advertências. Com respeito a seguir a multidão, muitos serão perdidos. Pregadores com aparência de justos podem ser lobos vestidos de ovelha. Não é suficiente sentir-se bem com Deus; devemos cumprir a sua vontade. Não devemos meramente admirar o sermão; mas devemos aplicá-lo. Jesus adverte que haverá grandes surpresas no juízo final.
-por Gary Fisher

O Modelo de Jesus Para Sua Igreja

Por que há tantas igrejas? Qual é a certa, ou são todas certas? Devo participar de uma igreja para agradar a Deus? Por causa da desnorteante quantidade de opções no mundo religioso, mais e mais pessoas estão fazendo perguntas como estas.
Para responder, vamos voltar ao começo e examinar o Novo Testamento. Por enquanto, esqueça o que você sabe a respeito de religião e considere, de novo, o padrão do evangelho pregado por Cristo e seus apóstolos. Durante sua vida na terra, Jesus escolheu 12 homens, chamados apóstolos, para revelar e espalhar a mensagem depois de sua ascensão. Começando em Atos 2, estes homens pregaram e ensinaram o evangelho em Jerusalém.

Logo, outros seguidores de Cristo estavam indo de lugar a lugar, ensinando a mesma mensagem. Olhemos para a cidade de Antioquia na Síria como um modelo do que aconteceu quando o evangelho foi recebido (Atos 11:19-26). Vários cristãos foram a Antioquia. Eles pregaram o evangelho do Senhor Jesus (v. 20). Muitos foram convertidos ao Senhor (v. 21). Os novos convertidos foram exortados a permanecer no Senhor (v. 23). Como resultado, muitas pessoas foram unidas ao Senhor (v. 24).

O que é ressaltado, em tudo isto, é claramente o Senhor: Pregando o Senhor, conversão ao Senhor e lealdade ao Senhor. A próxima coisa que lemos no texto é a igreja se reunindo lá. Evidentemente, aqueles convertidos ao Senhor se juntavam, reuniam-se e trabalhavam juntos, como uma igreja (congregação).

Esta igreja logo recolheu dinheiro para mandar aos irmãos pobres em outra cidade (Atos 11:27-30). Mais tarde, a igreja mandou dois de seus cinco profetas e mestres para espalhar o evangelho em outras áreas (Atos 13-14). Estes dois, Barnabé e Paulo, pregaram a Jesus em muitas outras cidades e assim logo, nelas também, haviam igrejas.

(Atos 14:23). Enquanto Paulo e Barnabé, alegremente, relatavam à igreja de Antioquia sobre o trabalho do Senhor durante a viagem (Atos 14:27), não há nenhuma indicação de que a igreja de Antioquia exercesse qualquer controle sobre estas outras igrejas. Ao contrário, presbíteros (também chamados bispos e pastores, na Bíblia) foram apontados dentro de cada uma destas próprias igrejas para superintender a congregação (Atos 14:23). Nunca, na Bíblia, os presbíteros foram autorizados a superintender mais do que a congregação dentro da qual haviam sido selecionados (Atos 20:28; 1 Pedro 5:1-3).

Como é típico na história dos homens, algumas mudanças entraram gradativamente e desviaram os Cristãos deste modelo original. Pouco a pouco, o desenvolvimento de uma organização foi se extendendo acima das igrejas. Grupos de homens e igrejas mais importantes começaram a controlar as outras igrejas. As igrejas começaram a se tornarem parte de uma hierarquia. A lealdade a Cristo foi substituída pela lealdade à "igreja". Uma extrema reação contra este erro levou o outro abuso ao plano de Deus.

Alguns decidiram que não era necessário fazer parte de qualquer congregação e tentaram servir a Deus sozinhos, sem adoração ou trabalho com outros cristáos. Como podemos servir a Deus em um mundo cheio de tais desvios da vontade de Deus?
Voltemos

Que os homens pudessem apartar-se do padrão de Deus, não é surpresa. Repetidamente, no Velho Testamento, o povo se extraviou de sua palavra. Cada vez, profetas de Deus como Isaías (44:22; 55:6-7), Jeremias (3:12-14; 6:16; 35:15), Ezequiel (14:6; 18:30-32) e Joel (2:12-13) chamaram o povo de volta ao plano original de Deus.

Cada vez que os israelitas se desviavam de seu padrão, homens devotos conduziam a nação a abandonar as alterações e retornar à vontade revelada por Deus. Davi (1 Crônicas 13), Ezequias (2 Crônicas 29-31), Josias (2 Reis 22-23), Esdras (9-10) e Neemias (8-10, 13), todos ajudaram o povo a voltar ao plano original de Deus. Cada vez, a meta foi uma imitação completa do padrão revelado.

A solução para um mundo religioso, que nestes dias está por demais extraviado da vontade de Jesus Cristo, é voltar ao padrão da Bíblia. Jesus chamou a palavra de Deus: a semente (Lucas 8:11). Uma das qualidades interessantes da semente é que a planta que dela resulta, quando é plantada, é sempre a mesma, não importa quando ou onde ela é semeada. Se plantarmos hoje a semente pura (a palavra de Deus), conseguiremos o mesmo efeito que a palavra produziu no primeiro século. Quando o resultado for grupos religiosos e organizações desconhecidos no Novo Testamento, a causa é que foram semeados outros ensinamentos, além do puro evangelho.

Imagine que você e eu sejamos abandonados numa ilha desabitada. Não temos nenhum conhecimento de religião. Um dia, uma Bíblia chega na praia e começamos a lê-la, estudá-la e decidimos seguir o que ela ensina. Sem qualquer conhecimento de religião, apenas com a pura semente do evangelho plantada em nossos corações, o que faríamos? Decidiríamos seguir a Jesus em nossa vida, submetendo-nos a seu ensinamento. Reunir-nos-íamos como uma congregação para adorar juntos e servir o Senhor. Talvez decidíssemos ir a outros lugares para ensinar pessoas a seguir a Jesus.

Mas que tipo de igreja decidiríamos tornar-nos? Esta questão jamais passaria pela nossa mente. Sem conhecimentos das modificações humanas, jamais pensaríamos em ser qualquer outra coisa que não fosse uma igreja de Jesus Cristo, servindo-o independentemente e seguindo seu ensinamento. Para nós, que bem sabemos das modificações que os homens têm feito no evangelho, nosso alvo deveria ser igual: servir ao Senhor exatamente do mesmo modo que as Escrituras ensinam, sem se importar com o que outros fazem.

Princípios básicos

Mantenha a ênfase em Cristo. Em nossa sociedade, a lealdade às igrejas toma o lugar da lealdade a Cristo. Algumas pessoas colocam a igreja acima de Jesus Cristo e servem a igreja acima de tudo. Estas pessoas pensam sobre seu serviço a Deus em termos de encontrar a igreja, juntar-se à igreja, e permanecer fiéis à igreja. Apostasia, para eles, é deixar a igreja. Em termos bíblicos, a igreja é simplesmente aqueles que estão seguindo a Jesus, a família de Deus. Nosso foco, ênfase, e lealdade são com o Cristo. Outras pessoas colocam a igreja entre Cristo e o homem, pensando nela como uma instituição através da qual Deus fala ao homem e o homem a Deus.

Mas Cristo é o único mediador entre Deus e o homem (1 Timóteo 2:5). Eu não procuro Deus através da igreja; a igreja é o povo que está procurando e seguindo a Deus. Cristo, não a igreja, tem que dominar nossas vidas. Veja o lugar da igreja (congregação) no plano de Deus. Deus planejou que os cristãos haveriam de servi-lo com outros cristãos, como uma parte de um grupo de discípulos.

Ele esperou que as igrejas se reunissem para adorar, juntar seus recursos para trabalhar, procurar homens qualificados para ensinar, e encorajar uns aos outros à fidelidade (Atos 2:42-47; 4:32-37; 11:26-30; 14:23; 20:7; 1 Coríntios 16:1-2; Hebreus 10:24-25; etc.).

Eu sou parte de uma igreja porque Cristo ordenou. Tentar ser um cristão sozinho, sem ser parte de uma congregação, é ignorar as instruções de quase todos os livros, desde Atos até o Apocalipse, todos os quais foram escritos para as igrejas, ou para dar instruções sobre a determinação de Deus para as igrejas. Não podemos colocar a igreja no lugar de Cristo como Senhor. Mas, antes, em obediência a Cristo, submetemo-nos ao plano que ele revelou a respeito das atividades dos cristãos.

Evite pensamentos errados. O conceito de uma estrutura hierárquica entre igrejas, de tal maneira penetra em nossa sociedade que é difícil de evitar. A Bíblia não ensina o conceito de uma igreja sendo parte de um grupo de igrejas. Assim como não devemos pensar que a igreja seja a mediadora entre o homem e Deus, não devemos pensar em alguma organização como mediadora entre a congregação e Deus. Cada igreja, que segue a Cristo, segui-lo-á diretamente, sem lealdade a qualquer grupo ou rede de igrejas.

Seja parte de uma igreja que siga o padrão da Bíblia. Já no tempo em que João escreveu o livro do Apocalipse, algumas igrejas estavam se extraviando do padrão (Apocalipse 2-3). Visto que eu não posso participar, nem encorajar práticas fora das Escrituras (Efésios 5:11; 2 Coríntios 6:14-7:1; 2 João 9-11), eu não posso fazer parte de uma igreja que não é fiel à palavra de Deus. Graças a Deus, temos, ainda, a semente pura. É possível a uma igreja seguir a palavra de Deus e voltar ao caminho de Deus, como os israelitas fizeram em muitas ocasiões. É ainda possível para indivíduos se reunirem e começarem uma igreja que se conforme com a vontade de Deus.

Os apelos e exemplos de muitos homens de Deus foram relatados na Bíblia, para ensinar-nos e motivar-nos a seguir o caminho de volta ao padrão do Senhor.
Voltemos e sirvamos a Deus exatamente como os cristãos o fizeram no primeiro século

A FÉ CRISTÃ


I- Definição da Palavra

A simples fé implica uma disposição de alma para confiar noutra pessoa. Difere de credulidade, porque aquilo em que a fé tem confiança é verdadeiro de fato, e, ainda que muitas vezes transcenda a nossa razão, não lhe é contrário. A credulidade, porém, alimenta-se de coisas imaginárias, e é cultivada pela simples imaginação. A fé difere da crença porque é uma confiança do coração e não apenas uma aquiescência intelectual. A fé religiosa é uma confiança tão forte em determinada pessoa ou princípio estabelecido, que produz influência na atividade mental e espiritual dos homens, devendo, normalmente, dirigir a sua vida. A fé é uma atitude, e deve ser um impulso.
A fé cristã é uma completa confiança em Cristo, pela qual se realiza a união com o Seu Espírito, havendo a vontade de viver a vida que Ele aprovaria. Não é uma aceitação cega e desarrazoada, mas um sentimento baseado nos fatos da Sua vida, da

Sua obra, do Seu Poder e da Sua Palavra. A revelação é necessariamente uma antecipação da fé. A fé é descrita como "uma simples mas profunda confiança Naquele que de tal modo falou e viveu na luz, que instintivamente os Seus verdadeiros adoradores obedecem à Sua vontade, estando mesmo às escuras". A mais simples definição de fé é uma confiança que nasce do coração.

II- A Fé no AT
A atitudes para com Deus que no NT a fé nos indica, é largamente designada no AT pela palavra "temor". O temor está em primeiro lugar que a fé; a reverência em primeiro lugar que a confiança. Mas é perfeitamente claro que a confiança em Deus é princípio essencial no AT, sendo isso particularmente entendido naquela parte do AT, que trata dos princípios que constituem o fundamento das coisas, isto é, nos Salmos e nos Profetas.

Não es está longe da verdade, quando se sugere que o "temor do Senhor" contém, pelo menos na sua expressão, o germe da fé no NT. As palavras "confiar" e "confiança" ocorrem muitas vezes; e o mais famoso exemplo está, certamente, na crença de Abraão (Gn 15.6), que nos escritos tanto judaicos como cristãos é considerada como exemplo típico de fé na prática.

III- A Fé, nos Evangelhos
Fé é uma das palavras mais comuns e mais características do NT. A sua significação varia um pouco, mas todas as variedades se aproximam muito. No seu mais simples emprego mostra a confiança de alguém que, diretamente, ou de outra sorte, está em contato com Jesus por meio da palavra proferida, ou da promessa feita. As palavras ou promessas de Jesus estão sempre, ou quase sempre, em determinada relação com a obra e a palavra de Deus.

Neste sentido a fé é uma confiança na obra, e na palavra de Deus ou de Cristo. É este o uso comum dos três primeiros Evangelhos (Mt 9.29; 13.58; 15.28; Mc 5.34-36; 9.23; Lc 17.5,6). Esta fé, pelo menos naquele tempo, implicava nos discípulos a confiança de que haviam de realizar a obra para a qual Cristo lhes deu poder; é a fé que opera maravilhas. Na passagem de Mc 11.22-24 a fé em Deus é a designada. Mas a fé tem, no NT, uma significação muito mais larga e mais importante, um sentido que, na realidade, não está fora dos três primeiros Evangelhos (Mt 9.2; Lc 7.50): é a fé salvadora que significa salvação.

Mas esta idéia geralmente sobressai no quarto evangelho, embora seja admirável que o nome "fé" não se veja em parte alguma deste livro, sendo muito comum o verbo "crer". Neste Evangelho acha-se representada a fé, como gerada em nós pela obra de Deus (Jo 6.44), como sendo uma determinada confiança na obra e poder de Jesus Cristo, e também um instrumento que, operando em nossos corações, nos leva para a vida e para a luz (Jo 3.15-18; 4.41-53; 19.35; 20.31, etc).

Em cada um dos evangelhos, Jesus proclama-Se a Si mesmo Salvador, e requer a nossa fé, como uma atitude mental que devemos possuir, como instrumento que devemos usar, e por meio do qual possamos alcançar a salvação que Ele nos oferece. A tese é mais clara em João do que nos evangelhos sinóticos, mas é bastante clara no último (Mt 18.6; Lc 8.12; 22.32).

IV- A Fé, nas Cartas de Paulo
Nós somos justificados, considerados justos, simplesmente pelos merecimentos de Jesus Cristo. As obras não tem valor, são obras de filhos rebeldes. A fé não é uma causa, mas tão somente o instrumento, a estendida mão, com a qual nos apropriamos do dom da justificação, que Jesus pelos méritos expiatórios, está habilitado a oferecer-nos.

Este é o ensino da epístola aos Romanos (3 a 8), e o da epístola aos Gálatas. Nos realmente estamos sendo justificados, somos santificados ela constante operação e influência do Santo Espírito de Deus, esse grande dom concedido à igreja e a nós pelo Pai por meio de Jesus. E ainda nesta consideração a fé tem uma função a desempenhar, a de meio pelo qual nos submetemos à operação do E. Santo (Ef 3.16-19).

V- Fé e Obras
Tem-se afirmado que há contradição entre Paulo e Tiago, com respeito ao lugar que a fé e as obras geralmente tomam, e especialmente em relação a Abraão (Rm 4.2; Tg 2.21).
Fazendo uma comparação cuidadosa entre os dois autores, acharemos depressa que Tiago, pela palavra fé, quer significar uma estéril e especulativa crença, uma simples ortodoxia, sem sinal de vida espiritual. E pelas obras quer ele dizer as que são provenientes da fé.

Nós já vimos o que Paulo ensina a respeito sa fé. É ela a obra e dom de Deus na sua origem, e não meramente na cabeça; é uma profunda convicção de que são verdadeiras as promessas de Deus em Cristo, por uma inteira confiança Nele; e deste modo a fé é uma fonte natural e certa de obras, porque se trata duma fé viva, uma fé que atua pelo amor (Gl 5.6).

Paulo condena aquelas obras que, sem fé, reclamam mérito para si próprias; ao passo que Tiago recomenda aquelas obras que são a conseqüência da fé e justificação, que são, na verdade, uma prova de justificação. Tiago condena uma fé morta; Paulo louva uma fé viva. Não há pois, contradição. A fé viva, a fé que justifica e que se manifesta por meio daquelas boas obras, agradáveis a Deus, pode ser conhecida naquela frase já citada: "a fé que atua pelo amor".

Dicionário Bíblico Universal

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